sábado, 4 de agosto de 2007

Arquivo da CMI Social-Caviar

Apartamento de Marxistas é prova de que Marxismo Não Funciona

Rio de Janeiro, RJ - O apartamento imundo e desorganizado que é compartilhado por 3 membros de um núcleo marxista é uma evidência do porque a utopia econômico-social descrita nos textos de Karl Marx jamais funcionará.

"A história da sociedade é a história inexorável da luta de classes", disse Kiko, estudante de 23 anos, com os pés apoiados sobre a mesinha do café cheia de contas vencidas, tijelas sujas de comida e panfletos socialistas manchados de bebida. "O cenário está pronto para a luta final entre a burguesia e o proletariado, a verdadeira classe produtiva. Nós estamos bem conscientes disso."

Acima: Os Marxistas Kiko e João.
Acima: Os Marxistas Kiko e João.
Antes de se mudarem para dividir o mesmo apartamento no início de 2001, os companheiros Kiko, João e Marcos se sentaram no barzinho Arco-Íris da Lapa e debateram sobre como seria um sistema igualitário para a convivência harmoniosa no apartamento. Cada um teria tarefas, as quais teriam de ser executadas num determinado dia da semana. Um quadro de avisos na cozinha foi o lugar escolhido para colocar os anúncios e contabilizar o uso de bens comuns como o papel higiênico e a pasta de dente.

"Nós estamos criando um mundo melhor," disse João, colocando seu cigarro no cinzeiro que havia 6 dias não era esvaziado. "Foi como se tivéssemos desmantelando o aparato do sistema bem aqui na nossa casa."

Apesar do otimismo dos companheiros, seu sistema começou a falhar logo depois de começar. Para acertar as disputas, os companheiros faziam reuniões semanais: o Comitê dos Três.

"Eu disse que achei que era uma conversa mole porque eu aqui sou o único que cozinha aqui e ainda tenho os pratos para lavar também", disse Marcos, sem perceber o quanto o apartamento deles confirma a impraticabilidade do socialismo científico definido no Das Kapital. "Então decidimos que se eu cozinhar, alguém vai ter que lavar os pratos. E nós íamos nos revezar na limpeza do banheiro, mas o companheiro Kiko deixou de fazer a sua parte, então falamos para ele levar o lixo para fora. Mas ele agora tem aula na Terça de noite então ele mudou para passar o esfregão na cozinha."

Depois de semanas de reclamação de que ele era o único que sabia limpar decentemente, João começou a deixar de se esforçar, repetindo os problemas de produção experimentados na União Soviética e outros países da Cortina de Ferro.

Numa reunião do Comitê dos Três em sete de outubro, mais tarefas e um sistema de ponto foram acrescentados. Dois meses depois, no entanto, o quadro de tarefas já havia sido esquecido e a lista de compras estava quilométrica.

Acima:  Pratos sujos e textos marxistas empilhados na pia da cozinha.



Acima: Pratos sujos e textos marxistas empilhados na pia da cozinha.

Os companheiros tentaram implementar um sistema de compartilhamento de comida, com resultados similarmente precários. O sonho da distribuição igualitária dos bens rapidamente deu lugar para a má alocação, o ato de esconder comida e os furtos entre os companheiros.

"Eu comprei Amendocrem nas primeiras quatro vezes e essa comida orgânica é cara pra *******," disse Kiko. "Aí então eu tenho escondido um pouco na minha gaveta de cuecas. Se o companheiro Marcos quiser um sanduíche, ele que vá na padaria e compre para ele."

Um outro experimento fracassado envolveu a maconha comprada coletivamente. Bate-bocas constantes surgiam sobre qual companheiro fumava mais do que a parte que lhe cabia, e os companheiros começaram a esconder os cigarros que eles compravam individualmente - especialmente de noite quando a escassez era mais frequente.

Essa situação é familiar para Fábio Arbequis, autor de "Das Kapengal: Uma História do Marxismo de Universitários".

"Quando os companheiros começam a fazer corpo mole, a economia do apartamento sofre," diz Arbequis. "Mas em uma sociedade onde existe uma ampla gama de gente capacitada, alguém vai reclamar de ter que carregar os outros nas costas e todo mundo fica revoltado como o companheiro Kiko."

De acordo com Arbequis, a falta de produtividade do grupo se reflete na vida inteira deles, com os companheiros encorajando-se uns aos outros a matarem aulas ou o trabalho para ficarem o dia inteiro no sofá fumando maconha e falando de política.

"Um espírito de competição de mercado livre numa casa resultaria em melhor renda e notas mais altas," disse Arbequis. "Então, em vez dos companheiros serem detestados e ficarem isolados do mundo como os países comunistas normalmente são, eles poderiam manter uma diplomacia efetiva com o dono do apartamento, com seus pais e com o chefe do companheiro Kiko que está pensando em demití-lo."

A falta de fundos e a escassez resultante não apenas gera descontentamento como também a corrupção. O coletivismo não funciona também porque nem todos fazem sua parte. João escondeu seu contra-cheque dos seus companheiros de modo que ele não teve que contribuir com o aluguel do apartamento, essencialmente se recusando a participar da taxação voluntária forçada que é a base do socialismo. Ainda pior, Marcos, que é encarregado de juntar o dinheiro e pagar as contas, embolsou 30% num roubo que ele disse que era para "pagar a conta do gás" mas foi gasto em bebida naquele mesmo dia.

"Como é da natureza humana, o poder tende a corromper até os homens mais nobres," disse Arbequis. "Quanto maior o poder que o coletivo tem sobre a vida dos indivíduos, como no caso desses três companheiros dividindo um apartamento, mais incentivo para ser inescrupuloso tem aquele que é encarregado da distribuição. Em breve esses marxistas vão perceber que o controle que o coletivo tem sobre eles é muito maior do que eles gostariam que fosse."

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