quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Playboy Marxista tem Pais Burgueses

Mais uma do CMI Social-Caviar

Playboy Marxista tem Pais Burgueses

SÃO PAULO, SP - Vítor Correa, um marxista radical e estudante da USP tem pais burgueses, conforme reportado por fontes no DCE.

Marxista cujos pais são membros da elite burguesa.
Acima: O marxista radical Vítor, cujos
pais são membros da elite burguesa.


"O proletariado vai se erguer e o estado vai acabar, " disse Vítor, de 20 anos, que cresceu no bairro burguês de Jardins, antes de renunciar aos laços do capitalismo explorador durante o primeiro semestre de faculdade. "Só quando os trabalhadores controlarem os meios de produção é que uma sociedade sem classes vai emergir."

Vítor disse que ele passou os primeiros 18 anos de sua vida sobre o domínio opressivo de seu pai, o diretor de banco Ricardo Correa, e de sua mãe Judite Correa, professora, ambos membros da elite burguesa dominante.

"Durante anos, igual aos trabalhadores oprimidos de São Petersburgo em 1918, eu fui controlado pela classe dominante," disse Vítor. "As pessoas que possuem a casa onde eu vivo me diziam a que horas eu devia me sentar à mesa para jantar, quando eu devia fazer minhas tarefas, e a que horas eu devia estar em casa no sábado à noite. Eles controlavam até mesmo meus meios de transporte, me dando as chaves do seu BMW apenas quando eles queriam."

Vítor disse que seus pais ainda o controlam, como todos os capitalistas fazem com as massas, usando seu pagamento do aluguel e da faculdade como meio de influenciar as matérias que ele cursa..

"Eu tava falando com meu pai no telefone outro dia, e ele questionou a minha inscrição numa aula de cinema," Vítor disse. "Ele disse 'É nisso que eu estou gastando $21 mil por ano? Pra você ficar assistindo filmes?' Até aqui no campus, a vários quilômetros de distância dos meus opressores capitalistas, eles ainda têm domínio sobre mim. Até o dia em que eu romper esse grilhões, eu não serei livre de verdade."

Comprometido em fomentar a gloriosa revolução proletária, Vítor recentemente se demitiu de seu emprego numa loja de roupas para se tornar membro do grupo socialista radical PUTS (Partido da União Trabalhista Socialista). Como outras atitudes tomadas por Vítor em direção a uma ditadura do proletariado, a fundação do PUTS sofreu forte oposição dos seus pais.

"Meus pais não entendem que a ordem social baseada na divisão de classe acaba plantando as sementes de sua própria destruição," disse Vítor, que testemunhou ao vivo a divisão de classes e a exploração dos trabalhadores durante um passeio à Disney na Flórida. "Eles queriam que eu fosse para uma faculdade de administração para ganhar muito dinheiro como minha irmã Débora."

"Então, por que eu devo me importar com o que eles pensam?", disse Vítor, "Eu não quero ficar igual a eles. Tudo o que eles se importam é com comprar um sítio e juntar dinheiro para aposentadoria, ou tentar me convencer a escolher uma Pajero em vez da Cherokee que eu quero. É como o Marx falou no Manifesto Comunista, 'A história da sociedade é a história de conflito de classes.'"

A namorada de Vítor, Gertrudes Silva, é uma das fundadoras do PUTS e é a pessoa responsável por apresentar Vítor ao grupo. Antes de se encontrarem num barzinho em setembro passado, Vítor disse que ele não sabia quase nada dos problemas dos trabalhadores e da falta de controle sobre os meios de produção e distribuição.

"Antes do Ano Revolucionário de 2002, eu era muito parecido com o resto da burguesia daqui da faculdade," disse Vítor, grampeando as cópias da última edição do zine do PUTS, Sai de baixo! "Eu era mais preocupado com tirar boas notas, futebol e a galera. Mas eu cresci rápido agora que senti o gosto pelo envolvimento na luta operária dentro do PUTS."

Na sexta-feira seguinte, Vítor disse, os burgueses e as classes proletárias entrarão em choque violento, quando seus pais vierem ao campus.

"Sempre há brigas quando meus pais me visitam, e dessa vez não vai ser diferente," disse Vítor. "Eles vão me dizer para tomar banho todo dia. Eles vão me dizer para me mudar da república. E vão me dizer pra para com essa 'baboseira comunista'. É tão inevitável quanto a vitória da revolução dos trabalhadores."

"Meus pais acham que é só uma 'fase' que eu tou passando," disse Vítor. "Mas é uma fase mesmo - o controle da propriedade sobre o proletariado. Sim, essa é uma fase temporária."

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